domingo, 8 de março de 2015

Eu sinto faíscas que explodem no meu peito
E  fazem malabarismos no ar sem que eu as veja
Eu escrevo e digo alto que acordei hoje cedo
E de tanto escrever o mundo, ele acabou me escrevendo

Assim como eu, outras milhares
Que são uma linha infinita de diferencial
Das outras que são tantas
E por serem tantas são tantas vezes mais do que são

Uma mulher me deu a vida de sua vida
A contragosto dos machismos, preconceitos, fobias sociais
Exaustão me dada nos nervos que faz com que eu quase perca o fôlego
Todas as mulheres são vida.

Aspiram vida, inalam vida, dão vida
Uma mulher é a arte porque a arte
A imita perfeitamente assim a luz do sol
Imita o sol.

O toque, o mistério, o cinismo e os ciclos
São apenas mais uma gaveta dentro de um armário extenso
Pois o que guarda tudo é sempre mais valioso do que tudo
É preciso ser arte, sentir arte, para depois, fazer arte

Mulheres morreram na fogueira para que eu pudesse ler isto
Joana D'arc lutou contra tantos antes de vocês me ouvirem
Cleópatra, Maria da Penha, Marie Curie, Cora Coralina, Carmen Miranda, Madre Teresa de Calcutá
Mulheres que mudaram o mundo ou apenas a elas mesmas (que são o mundo)

Talvez lhe passe pela cabeça, mesmo sem aspereza
Mas e Da Vinci, Bukowski, Freud, Vinicius de Moraes, Veríssimo?
Bom, meu amor, todos eles pintavam, escreviam, analisavam
Mulheres

Por isso, se um dia mais cedo ou muito antes
Eu for embora da vida
Não te entristeça a face
Não derrame uma lágrima

Pois ao levantar de manhã quase que imagino o céu
E quando olho no rosto de todas as coisas
Sou todas as coisas sem que eu me deixe de ser
Por isso, olhe pra mim, apenas olhe pra mim

Em qualquer canto há de me encontrar
Clarice uma vez disse baixinho quase no meu ouvido que
A vida se me é
E a vida se nos é, a vida se nos é a todas.






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