"A verdade? É uma coisa exterior? Não posso ter a certeza dela, porque não é uma sensação minha, e eu só destas tenho certeza." Fernando Pessoa
sábado, 31 de maio de 2014
Where the heart wanders
Suspira o vulto do vento
E suas volúpias voláteis levianas
Contra as bocas rachadas e santas
Murchas dos homens desumanos
Voa o vento veloz vivo
Parindo do peito um pássaro de polida luz
Cujos espectros externos cheios de aspectos sombrios
Velejam cansados e tortos às duras penas e portas
Entreabertas e profanas do meu coração
Mira-me um vizinho tom de vinho mágico
Adormecendo as pontas finas dos meus dedos e
Rezando-me um beijo doce e cálido de sangue no
Vasto vulgor eterno do céu
Racham os lábios pálidos dos homens desumanos
E num frescor feroz de fúria
Escorre o mundo diluindo devagar os crânios
Restantes do fogo e um ardor manso, de nada
É a morte, meu amor, e a morte
Tem cheiro de vida
A nos sobressaltar como um cálice de vinho
Esvoaçando as nossas cabeças ao som
Da música celestial
Assim como o vento me sopra
E de nada me entristecem os vultos
Que me contam uma breve e harmônica
História de amor
É a morte, meu bem, e a morte
Tem cheiro de vida.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário